Depois
de me preparar psicologicamente, tomar coragem, respirar fundo e contar até 10,
resolvi assistir ao horário (leia-se hilário) eleitoral
(que não é) gratuito. O arrependimento foi instantâneo! Na televisão desfilavam
um rol, no mínimo, inusitado: humoristas, atores, cantores, ex-BBBs, funkeiras,
ator pornô, médico-cirurgião, ex-atletas, dentre outros. Até um cidadão que
alega ser discípulo do Diabo é candidato (é, faz sentido!).
Não sabia se ria ou se chorava. Diante de aludida dúvida, optei por desligar a televisão e lerum jornal, porém a notícia estampada era a de que Tiririca lidera as pesquisas para parlamentar. Não me restou alternativa senão redigir o presente artigo...
Inicialmente, ressalto que não se trata de uma apologia ao voto censitário ou algo semelhante. Jamais! Sobreditos candidatos agem no gozo de seus direitos políticos e possuem legitimidade para fazer o que almejarem (desde que em consonância com os ditames legais, claro) em suas campanhas políticas. Porém, me assombra a quantidade de espetáculos tragicômicos e a receptividade do eleitorado.
Uma simples indagação é suficiente para elucidar o que penso: você entraria em um avião que seria governado senão por um piloto credenciado? Você se submeteria a uma cirurgia senão por um médico formado? Creio que não, né? Então porque é aceitável votar em um candidato despreparado para cargos cujas atribuições são legislar e fiscalizar?
Em outras palavras: se você quer palhaçada, então terá palhaçada. Não é possível colher maçãs se plantar bananas. Depois não reclame e arque com as consequências de um ato imprudente. Alguns dirão: "Ah, mas é um voto de protesto, pois não há candidato digno de meu voto". Então anule! Ao votar nulo, ainda que por via transversa, você afirmará que nenhum concorrente mereceu sua confiança, bem como que acredita que uma reforma política é imperiosa. Ao votar no pretendente engraçadinho, o único efeito será conduzi-lo a um importante cargo sem o necessário preparo.
Que leis podemos esperar de um grupo composto por celebridades e pseudocelebridades? Não olvido que alguns dos mencionados aspirantes sejam capazes e inteligentes. Entretanto e ao que tudo indica, eles são utilizados como fantoches dos partidos políticos, ávidos por conquistar votações expressivas em razão da fama e carisma do candidato, podendo, inclusive, eleger indiretamente outros da sigla partidária (o “puxar votos” decorrente do coeficiente eleitoral).
E aí, abestado, vai arriscar?
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