domingo, 30 de setembro de 2007

O amor (Arthur da Távora)

Aos casados há muito tempo,
Aos que não casaram,
Aos que vão casar,
Aos que acabaram de casar,
Aos que pensam em se separar,
Aos que estão juntos, amigados, colados,
Aos que acabaram de se separar.
Aos que pensam em voltar...

Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado uma ótima posição no ranking das virtudes, o amor ainda lidera com folga. Tudo o que todos querem é amar.

Encontrar alguém que faça bater forte o coração e justifique loucuras. Que nos faça entrar em transe, cair de quatro, babar na gravata. Que nos faça revirar os olhos, rir à toa, cantarolar dentro de um ônibus lotado.

Tem algum médico, aí?

Depois que acaba esta paixão retumbante, sobra o que? O amor. Mas não o amor mistificado, que muitos julgam ter o poder de fazer levitar. O que sobra é o amor que todos conhecemos: o sentimento que temos por mãe, pai, irmão, filho.

É tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe sexo. Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.

A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta...

Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança, acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna.

Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes, nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Agressões zero.

Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura, para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar.

Amar só é pouco. Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas para pagar. Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar. Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.

Entre casais que se unem, visando à longevidade do matrimônio, tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança. Certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar "solamente", não basta.

Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.

O amor é grande, mas não são dois. Tem que saber se aquele amor faz bem ou não, se não fizer bem, não é amor. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

Um bom amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós!

domingo, 23 de setembro de 2007

Citações (Mahatma Gandhi)

“A experiência ensinou-me que o silêncio faz parte da disciplina espiritual de um seguidor da verdade. A tendência a exagerar, a eliminar ou modificar a verdade, consciente ou inconscientemente, é uma fraqueza natural do homem. Para vencê-la é necessário o silêncio. Um homem de poucas palavras dificilmente será leviano nas suas conversas: medirá as palavras”.

“Aqueles que têm um grande autocontrole, ou que estão totalmente absortos no trabalho, falam pouco. Palavra e ação juntas não estão bem. Repare na natureza: trabalha continuamente, mas em silêncio”.

“Odeio o privilégio e o monopólio. Para mim, tudo o que não pode ser dividido com as multidões é tabu”.

“Não posso imaginar uma época em que nenhum homem seja mais rico que o outro. Mas imagino uma época em que os ricos terão vergonha de enriquecer à custa dos pobres e os pobres deixarão de invejar os ricos. Nem no mundo mais perfeito conseguiremos evitar as desigualdades, mas podemos e devemos evitar a luta e o rancor. Já temos agora muitos exemplos de ricos e pobres que vivem em perfeita harmonia. Devemos só multiplicar esses exemplos”.

“Não creio que os capitalistas e donos de terras sejam todos exploradores por necessidade intrínseca ou por existir um antagonismo irreconciliável entre os interesses deles e os interesses das massas. Toda a exploração tem como base colaboração, voluntária ou forçada, do explorado. Embora nos repugne admiti-lo, a verdade é que não existiria exploração se as pessoas se negassem a obedecer ao explorador. Mas eis que intervém o interesse, e abraçamos os cadeados que nos atam. Isso deve terminar. A grande necessidade não está em acabar com os capitalistas e os proprietários de terras, mas em transformar numa coisa mais pura e sã as relações existentes entre eles e as massas”.

“A desobediência civil é um direito intrínseco do cidadão. Não ouse renunciar, se não quer deixar de ser homem. A desobediência civil nunca é seguida pela anarquia. Só a desobediência criminal leva à anarquia. Todos os Estados reprimem a desobediência criminal com a força. Reprimir a desobediência civil é tentar encarcerar a consciência”.

“A verdadeira fonte dos direitos é o dever. Se cumprimos os nossos deveres, não precisamos ir longe procurar os direitos. Se não cumprimos os deveres e buscamos os direitos, estes nos fugirão como quimeras. Quanto mais lhes corremos atrás, tanto mais eles se afastam”.

“Acredito na essencial unidade do homem, e portanto na unidade de todo o que vive. Por conseguinte, se um homem progredir espiritualmente, o mundo inteiro progride com ele, e se um homem cai, o mundo inteiro cai em igual medida”.

“Uma civilização é julgada pelo tratamento que dispensa às minorias”.

“Não desejo morrer pela parálise progressiva das minhas faculdades, como um homem vencido. A bala de um assassino poderia pôr fim à minha vida. Acolhê-la-ia com alegria”.

“Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo”.

“Um ideal custa uma vida, mas vale a eternidade”.

“A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita”.

“O meu patriotismo não é exclusivo. Engloba tudo. Eu repudiaria o patriotismo que procurasse apoio na miséria ou na exploração de outras nações. O patriotismo que eu concebo não vale nada se não se conciliar sempre, sem exceções, com o maior bem e a paz de toda a humanidade”.

domingo, 16 de setembro de 2007

Certezas (Mário Quintana)

Não quero alguém que morra de amor por mim...
Só preciso de alguém que viva por mim,
que queira estar junto de mim, me abraçando.

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo,
quero apenas que me ame,
não me importando com que intensidade.

Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim...
Nem que eu faça a falta que elas me fazem.
O importante pra mim é saber que eu,
em algum momento, fui insubstituível...

E que esse momento será inesquecível...
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando meu rosto,
mesmo quando a situação não for muito alegre...

E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...
e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos,
que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém
me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona,
que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento..
e não brinque com ele.

E que esse alguém me peça para que eu nunca mude,
para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer,
quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...
Que ele é superior ao ódio e ao rancor,
e que não existe vitória sem humildade e paz.

Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar,
amanhã será outro dia,
e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos,
talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.

Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas...
Que a esperança nunca me pareça um "não" que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como "sim".

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa,
de poder dizer a alguém o quanto é especial e importante pra mim,
sem ter de me preocupar com terceiros...

Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão...
que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim...

E que valeu a pena!

domingo, 9 de setembro de 2007

Aprender (William Shakespeare)

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.

E você aprende que amar não significa apoiar-se e que companhia nem sempre significa segurança.

E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se você ficar exposto por muito tempo.

E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...

E aceita que não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando...

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se leva um certo tempo para construir confiança e apenas segundos para destruí-la.

E que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.

E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.

E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam. Percebe que você e seu melhor amigo podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa... Por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas aonde está indo. Mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.

Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa o quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que os heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.

Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que, algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai, é uma das poucas que o ajudam a se levantar.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que há mais de seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca deve dizer a uma criança que seus sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem aprender a perdoar a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você em algum momento será julgado.

Aprende que não importa em quantos pedaços o seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar... Que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe, depois de pensar que não pode mais.

E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida.

domingo, 2 de setembro de 2007

Brutalidade e dor (Lilian Alves Bertolini)

A primeira impressão que se tem diante das cenas apresentadas nas arenas da festa do rodeio, é a de que o peão está montado um animal xucro, bravio e selvagem. Porém, as pessoas que vivem do rodeio oferecem ao público uma grande farsa, porque os animais utilizados são mansos e dóceis e para que corcoveiem com se fossem bravios são envoltos em vários instrumentos de tortura como, por exemplo, o sedém, tira de couro fortemente presa à virilha do animal. No momento da abertura do brête, o sedém é fortemente puxado, provocando dor por comprimir violentamente a região do órgão genital e intestinal do animal.

Os defensores do rodeio alegam que o sedém provoca apenas cócegas. Cabe aqui, o uso do bom senso. Como algo que comprime fortemente região tão sensível poderia causar dor? Também é necessário esclarecer que, segundo a literatura médica, cócegas é uma sensação nervosa que advém de fricções ligeiras ou leves toques. Portanto, uma compressão violenta como provocada pelo sedém jamais causaria tal sensação.

Bovinos e eqüinos reagem ao sedém não porque sentem cócegas, mas por sofrimento, dor, medo, ira e aflição. Que o sedém provoca dor e tormento é o que atestam os laudos da Faculdade de Medicina na Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo e do Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro.

São também utilizadas as esporas para incitar os animais mediante violentos golpes sincronizados e contínuos aplicados no baixo ventre, pescoço e cabeça. Não são os animais esporeados, mas sim golpeados brutalmente por esporas, que acabam por produzir contusões e cortes bastante profundos, chegando, muitas vezes s cegá-los. Não importa se as esporas são pontiagudas ou não. De qualquer forma, elas são aptas a provocar lesões nos animais graças ao fato de que os animais são golpeados com violência pelos peões.

Não bastassem o sedém e as esporas, ainda se utiliza da peiteira que consiste uma corda de couro colocada fortemente em volta do peito do animal, causando-lhe dor e sensação de asfixia. O peão, desde a peça, e, quando é aberta a porteira, a segura com uma das mãos, mantendo a outra livre, de maneira a alcançar o necessário apoio e equilíbrio sobre o dorso do animal. No boi, costuma-se colocar um sino na peiteira, para que, com os movimentos, seja provocado um barulho característico que causa a sensação de medo no animal, alterando, em decorrência, o seu estado emocional com a elevação drástica da adrenalina.

Choques elétricos também são utilizados para estimular os animais a demostrarem comportamento agressivo. São produzidos por sovelas, geralmente momentos antes dos animais deixarem o brête.

Portanto, essa falsa aparência de animal bravio corcoveando e saltando advém da tentativa desesperada de livrar-se dos instrumentos de tortura.

O animal corre de maneira desordenada, sem direção, lutando para fugir dos maus-tratos, quando, não raras vezes, vem a chocar-se contra as grades de proteção da arena.

Além da montaria, outras provas especialmente cruéis e violentas são as provas de laço.

Poucos imaginam o motivo pelo qual o animal penetra a arena correndo velozmente. Ocorre que, bezerros e garrotes são mantidos em pequenos cercados e lá recebem golpes, socos e pontapés, para que, ao abrirem a porteira, corram desesperadamente na tentativa de escapar ao maus-tratos.

Nas laçadas de bezerros são utilizados animais de quarenta dias de idade, apenas. O impacto que recebe o animal ao ser laçado é suficiente para feri-lo gravemente. Há morte instantânea de muitos deles, após a ruptura da medula espinhal. Alguns ficam paralíticos ou sofrem rompimento parcial ou total da traquéia. O resultado de ser atirado violentamente ao chão, tem causado a ruptura de diversos órgãos de diversos órgãos internos, levando o animal a uma morte lenta e agonizante.

Não menos atrozes as laçadas duplas compostas por dois peões. Onde, um laça os chifres de um boi em movimento e o outro laça as pernas traseiras do animal, em seguida os peões esticam o boi entre si, em sentido contrário um do outro, resultado em ligamentos e tendões distendidos, além de músculos machucados.

Laçadores declaram orgulhosamente, que treinam de 06 a 07 horas por dia. Estes treinos não são supervisionados e realizados, na maiorias das vezes, com o mesmo animal, onde vale-tudo.

Na derrubada de boi, modalidade também conhecida como Bulldogging, o peão desmonta de seu cavalo sobre um boi em movimento, devendo derrubá-lo ao chão, agarrando-o pelos chifres e torcendo violentamente seu pescoço. O animal sofre brutal impacto de receber um peão sobre sua coluna e em seguida sofre igual violência ao ter o pescoço tracionado, já que o próprio animal oferece resistência à força que o peão emprega para derrubá-lo ao chão.

Veterinários norte-americanos, com 30 anos de experiência como inspetores da carne da U.S.D.A, declararam à Sociedade Internacional dos Direitos dos Animais que o pessoal dos rodeios manda aos matadouros, animais tão extensivamente machucados que a pele encontra-se solta do corpo, como 02 a 03 galões de sangue livre acumulados debaixo da pelo solta, devido às hemorragias internas. Relatam que há animais com seu ou oito costelas separadas da coluna vertebral, muitas vezes já perfurando os pulmões.

Os rodeios submetem os animais a constantes e sucessivas quedas, das quais podem resultar deste ferimentos e simples contusões até fraturas, entorses, luxações, rupturas musculares, rupturas dos tendões e artrites.

O cavalo que cai após empinar-se arrisca uma fratura da base do crânio podendo sofres morte imediata.

Uma queda sobre a cabeça com o pescoço dobrado pode levar a uma imobilização da medula espinhal, seguida de morte em curto prazo.

Os rodeios com as características que de hoje se revestem, se afastam das tradições mais puras de cultura popular sertaneja, não se caracterizando como manifestação folclórica ou cultural.

Devemos entender por cultura um conjunto de princípios voltados para o aprimoramento das coletividade e não para as práticas que reconduzem o ser humano ao primitivismo e à brutalidade, com os olhos postos no interesse mesquinho do lucro fácil.

Se tal prática mão pode ser aceita como cultura, menos ainda como esporte, porque não se concebe esporte que maltrate o animal.

Todos os cientistas que à luz da ética e da ciência estudaram a fisiologia e a psicologia do animal concluíram que ele é dotado de um sistema nervoso que produz, diante do sofrimento reações iguais as que, em semelhante situação, teria um ser humano.

Além da dor física, os rodeios submetem os animais a sofrimento mental, uma vez que eles possuem capacidade neuropsíquica de avaliar que esse estímulos lhes são agressivos, ou seja, perigosos à sua integridade física. Constrangem o animal a uma prática contra a qual ele se insurge, tanto que se debate como pode e com todas as forças de que dispõe, em movimentos e impulsos contrário à sua mansidão natural.

Não há como equiparar o rodeio à tradição, folclore ou esporte, porque ele flagela o animal, deforma o sentimento dos espectadores e instila no espírito das crianças e adolescentes o sadismo e a insensibilidade pelos seres vivos.