domingo, 11 de agosto de 2013

Pai ou genitor, pequena grande diferença (Bruno Momesso Bertolo)


Nossos dicionários atribuem definições semelhantes aos termos "pai" e "genitor", considerando-os até como sinônimos. Todavia, ouso discordar, pois, sobretudo nos dias atuais, há uma pequena grande diferença entre ser pai e ser genitor.

Genitor é aquele que concebe a vida de sua prole por meio da carga genética; pai é aquele que daria sua vida por seu filho. O verbo mais conjugado pelo pai é o renunciar, embora se sinta realizado. O verbo mais praticado pelo genitor é o reclamar, sentindo-se frustrado por ter deveres relacionados aos filhos.

Pai é quem repreende com firmeza, impondo regras e falando "não" aos filhos, apesar de assim agir com a alma e o coração destroçados. Genitor é quem permite o filho fazer tudo o que quiser, sem quaisquer limites, seja porque possui ótica distorcida do conceito de felicidade, seja porque é uma postura cômoda.

Pai atende aos anseios do filho assim que se demonstram necessários, oferecendo carinho, zelo e atenção; genitor acolhe os desejos do filho quando lhe convém e, quando o faz, atua de forma automática e instintiva, como se fosse uma mera obrigação, da qual quer se livrar o quanto antes.

O pai educa seu filho para que ele tenha os únicos bens que levaremos dessa vida efêmera: o caráter e as virtudes. Por outro lado, o genitor cria herdeiros, acreditando que o maior valor que possa deixar para sua prole seja o de natureza financeira.

Quando ocorre o divórcio do casal, surge a figura do ex-marido, todavia, não existe ex-pai, ainda que muitos assim de comportem. Quem é pai contribui espontaneamente com a pensão alimentícia do(s) filho(s), com valores justos e aptos a propiciar-lhes bem-estar, independentemente de decisão judicial. Para quem é genitor, os alimentos são considerados um fardo, sendo concedidos apenas por pairar a ameaça de prisão civil, não sendo raros aqueles que sonegam suas remunerações para terem quantias menores a serem pagas a seus filhos.

Aquele que foi pai dificilmente não será amparado por seus filhos na velhice ou na doença, quando os polos se invertem, cabendo à prole destinar cuidados ao ascendente. Enquanto isso, aquele que foi genitor será abandonado por seus filhos e permanecerá sozinho nesta fase da existência, culpando-os por sua situação, como se tal circunstância não fosse fruto do que plantou.

A você que é pai, parabéns pelo dia! Comemore-o e aproveite-o plenamente ao lado de seu filho e família. A você que é genitor, nunca é tarde para mudar. Seu filho agradecerá, mas o maior beneficiado será você mesmo. Por derradeiro, o mais importante: parabéns e abraços, meu querido pai!. Obrigado por tudo!