Nossos
dicionários atribuem definições semelhantes aos termos "pai" e "genitor",
considerando-os até como sinônimos. Todavia, ouso discordar, pois, sobretudo
nos dias atuais, há uma pequena grande diferença entre ser pai e ser genitor.
Genitor
é aquele que concebe a vida de sua prole por meio da carga genética; pai é
aquele que daria sua vida por seu filho. O verbo mais conjugado pelo pai é o
renunciar, embora se sinta realizado. O verbo mais praticado pelo genitor é o
reclamar, sentindo-se frustrado por ter deveres relacionados aos filhos.
Pai
é quem repreende com firmeza, impondo regras e falando "não" aos filhos, apesar
de assim agir com a alma e o coração destroçados. Genitor é quem permite o
filho fazer tudo o que quiser, sem quaisquer limites, seja porque possui ótica
distorcida do conceito de felicidade, seja porque é uma postura cômoda.
Pai
atende aos anseios do filho assim que se demonstram necessários, oferecendo
carinho, zelo e atenção; genitor acolhe os desejos do filho quando lhe convém
e, quando o faz, atua de forma automática e instintiva, como se fosse uma mera obrigação,
da qual quer se livrar o quanto antes.
O
pai educa seu filho para que ele tenha os únicos bens que levaremos dessa vida
efêmera: o caráter e as virtudes. Por outro lado, o genitor cria herdeiros,
acreditando que o maior valor que possa deixar para sua prole seja o de
natureza financeira.
Quando
ocorre o divórcio do casal, surge a figura do ex-marido, todavia, não existe
ex-pai, ainda que muitos assim de comportem. Quem é pai contribui
espontaneamente com a pensão alimentícia do(s) filho(s), com valores justos e aptos
a propiciar-lhes bem-estar, independentemente de decisão judicial. Para quem é
genitor, os alimentos são considerados um fardo, sendo concedidos apenas por
pairar a ameaça de prisão civil, não sendo raros aqueles que sonegam suas
remunerações para terem quantias menores a serem pagas a seus filhos.
Aquele
que foi pai dificilmente não será amparado por seus filhos na velhice ou na
doença, quando os polos se invertem, cabendo à prole destinar cuidados ao ascendente.
Enquanto isso, aquele que foi genitor será abandonado por seus filhos e
permanecerá sozinho nesta fase da existência, culpando-os por sua situação,
como se tal circunstância não fosse fruto do que plantou.
A
você que é pai, parabéns pelo dia! Comemore-o e aproveite-o plenamente ao lado
de seu filho e família. A você que é genitor, nunca é tarde para mudar. Seu
filho agradecerá, mas o maior beneficiado será você mesmo. Por derradeiro, o mais
importante: parabéns e abraços, meu querido pai!. Obrigado por tudo!