11 de setembro. Uma data marcante. Neste dia, em 1.973, um golpe militar no Chile, apoiado e financiado pelos Estados Unidos da América, depôs e assassinou o Presidente da República, Salvador Allende, implantando uma das ditaduras mais cruéis (estimativa de 40.000 vítimas) da América Latina, comandada por Augusto Pinochet.
Infelizmente, supramencionado 11/09 é olvidado, como se nunca tivesse ocorrido. Esta data é associada, em regra e de imediato, aos ataques terroristas de 2.001, acontecidos nas cidades de Nova Iorque e Washington, que vitimaram cerca de 3.000 pessoas.
Os motivos são desconhecidos, mas pouco ou quase nada se comenta acerca de todos os fatos que desencadearam no 11 de setembro de 2.001.
Por que se omite que Osama Bin Laden e a Al-Qaeda receberam treinamento, suporte financeiro e militar da CIA, para combaterem os soviéticos no Afeganistão durante a década de 80? Por que se oculta que George W. Bush recebeu um relatório do FBI em agosto de 2.001, alertando para possíveis ataques terroristas de elevadas proporções e com a utilização de aviões, mas que nada foi feito para evitar a tragédia?
Ademais, o maior atentado terrorista da História, na verdade, deu-se em 6 de agosto de 1.945, quando uma bomba atômica, despejada pela Força Aérea dos EUA, explodiu em Hiroshima, dizimando aproximadamente 140 mil pessoas em um átimo. Se não bastasse, ainda haveria, 3 dias depois, outra explosão nuclear, desta vez em Nagasaki, onde outras 80 mil vidas foram eliminadas instantaneamente. Outros milhares faleceriam em razão dos efeitos radioativos, os quais ainda geram deformidades e enfermidades no país nipônico.
Neste ponto, urge lembrar que o Japão sinalizava uma rendição, porém os EUA ignoravam os indícios, principalmente porque almejavam testar o nefasto armamento nuclear em uma população, bem como para demonstrar ao mundo e à União Soviética seu poderio militar.
Como se percebe, há várias reflexões sobre o 11 de setembro.
Todavia, neste domingo, serão lembrados, unicamente, os 10 anos do atentado de 2.001, com a reiteração infindável de cenas cinematográficas, em vários ângulos, das explosões dos aviões e das ruínas das torres gêmeas. Contar-se-á, uma vez mais e apenas, o fim da história. Esquecer-se-á, de novo e deliberadamente, de relatar os atos que contribuíram e/ou ensejaram aquela situação.
Afinal, tais ataques são consequência e reação, não uma mera afronta à liberdade e/ou paz dos Estados Unidos, supostos paladinos destes valores, como muito se apregoa pela mídia ocidental. São, sem dúvidas, frutos da política externa belicista do governo estadunidense, apoiada pela maioria do povo, cuja cultura parece idolatrar a guerra.
Basta lembrar que tiranias e/ou golpes de estado receberam e recebem apoio e/ou financiamento dos EUA, dentre os quais se destacam os governos teocráticos árabes (alguns envolvidos atualmente em constantes revoltas por direitos civis), grandes aliados por fornecerem um importante produto à economia ianque: o petróleo.
Saddam Hussein, por exemplo, era estimado parceiro político estadunidense, sendo financiado para combater os iranianos entre 1.980 e 1.988, tornando-se inimigo apenas quando invadiu o Kuwait, uma vez que este país se recusava a diminuir a produção de petróleo para aumentar o preço do barril no mercado, algo que ditador iraquiano almejava.
São fatos registrados pela História, embora sejam pouco divulgados. Os EUA foram e são fomentadores do terrorismo em várias partes do mundo. Portanto, ao menos com relação aos ataques de 11/09, é necessário dizer: os estadunidenses se tornaram vítimas de sua própria cria.
Toda vida ceifada, independentemente de nacionalidade, merece respeito e condolências. Porém, não devemos compactuar com a ideia de que o 11 de setembro de 2.001 se resume, pura e simplesmente, a um ato de fanatismo religioso. Engloba, sobretudo, interesses políticos e econômicos de governos e empresas. Não se relacionam com direitos, liberdade ou paz, vestes utilizadas, não raro, para legitimar guerras, como ocorreu no Afeganistão e no Iraque após o 11/09/2001.
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